domingo, 6 de setembro de 2015

transcendendo-me


Minha literatura é dos emergentes, dos necessitados, dos que precisam gritar aquilo que sentem, que os sentimentos são tantos que até os sufocam, é daqueles que não sabem como mas a cada novo dia se descobrem capazes de amar.

Às vezes num simples detalhe como a luz comprida que escapa do sol e chega a mim, tangendo, tocando e deslizando seu oi tímido mas sempre acalorado... Eu vejo esses detalhes e sinto vontade de chorar, pois tudo aquilo que eu construí e remodelei é inundado por essa simplicidade tão linda e sublime que é a vida.
Porém, como uma arritmia, lembro-me que em outros lugares, em diferentes vidas, pessoas morrem, começam-se guerras e essa beleza se esvai... Até a tristeza tomar conta do espaço aonde só havia plenitude. E também choro, de dor, de raiva, de não saber o que fazer com esse sentimento de impotência.
Uma borboleta passa relutante a minha frente, suas asas frágeis e tão seguras de si, cada batida é uma luta traçada e vencida perfeitamente contra o vento, pois quem dita o caminho é apenas ela - e sua liberdade! E fico sem poder escolher se sou aquela que sente a brisa beijando-me o rosto com delicadeza ou se sou quem sente-se inútil, uma sonhadora ingênua. Porque os meus olhos ao mesmo descompasso que enxergam a vida tão intocável e tão real, também veem essa vida tão crua e tão desumana.

Um comentário:

  1. o paradoxo de sentimentos que a vida nos faz sentir: ver beleza em tudo, mas tbm nos sentir mal por isso! O importante é irmos vivendo um momento de cada vez...
    Saudades desse seu lugarzinho especial, flor
    beijos

    ResponderExcluir

Assine também!